O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) formou uma associação criminosa para desviar cerca de R$ 6,8 milhões em presentes recebidos em visitas oficiais, segundo aponta o relatório da Polícia Federal (PF), que teve o sigilo retirado nesta segunda-feira, 8, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O valor difere dos R$ 25 milhões que foram divulgados anteriormente pela Polícia Federal em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a PF, houve um erro material na conclusão do documento e o valor total, é de 6,8 milhões (US$ 1.227.725,12).
Os objetos de luxo recebidos e posteriormente vendidos pelo então presidente Jair Bolsonaro foram enviados aos respectivos compradores dos Estados Unidos através do avião presidencial, sob a justificativa de viagem oficial, no dia 30 de dezembro de 2022. No relatório de indiciamento, a PF alega “uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens”.
A investigação ainda aponta que a associação criminosa envolvendo o ex-presidente e auxiliares tentou "legalizar" a incorporação dos bens para poder vendê-los.
Entre as joias vendidas pelo ex-presidente estão relógios Rolex e Patek Philippe, que somaram US$ 68 mil; itens masculinos da marca Chopard contendo uma caneta, um anel, um par de abotoaduras e um rosário árabe ("masbaha").
Ainda de acordo com a PF, para desviar os itens do acervo presidencial, Bolsonaro acionou terceiros, "que agiram com consciência e vontade de reciclar o ‘capital sujo’, para que os proventos obtidos fossem reintegrados ao patrimônio do ex-presidente, com aparência lícita”, pontuou.
A PF indiciou Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e outras 10 pessoas no inquérito que apura o desvio de joias do acervo presidencial.