Produção de grupos femininos fortalece renda de comunidades no Sul da Bahia
Mulheres se mobilizam para criar alternativas de produção e fortalecer a profissionalização de suas atividades

REDAÇÃO BAHIA DIA A DIA - 31/08/2022 - 15:33
Link

Agricultoras, meliponicultoras, pescadoras e marisqueiras têm fortalecido suas comunidades com projetos de trabalho coletivo no Sul da Bahia apoiados pela Veracel Celulose. Organizados e com propósito firme, os grupos femininos na região da Costa do Descobrimento criaram alternativas de negócio e têm buscado o mercado, potencializando os resultados das comunidades assistidas.

É o caso da cozinha comunitária idealizada pela associação feminina criada dentro da área gerida pela Associação de Produtores Rurais Unidos Venceremos (APRUNVE), de Porto Seguro (BA). A Associação de Mulheres Produtoras Rurais Agroecológicas (AMPRA) conta com 25 associadas, conhecidas como Mulheres Guerreiras. Elas produzem geleias, sequilhos, bolos, pães, salgados, doces, chips, entre outros itens, todos feitos com o que é cultivado pela comunidade e vendidos sob encomenda. Além disso, também oferecem café da manhã, almoço e lanche para eventos. Essa iniciativa se transformou em uma agroindústria, e a marca Mulheres Guerreiras agregou ainda mais valor aos produtos plantados, contribuindo para aumentar a renda das associadas.

(Foto: Divulgação/Veracel)

“Sem o apoio da Veracel, não teríamos conseguido nada. Nós já fazíamos café e almoço para eventos, cozinhando na casa da gente. Tivemos a ideia de pedir esse espaço, que queríamos ter, mas não tínhamos condições. Eles ofereceram a terra, a construção, os maquinários, a cozinha, cursos, sem falar na packing house que beneficia os produtos plantados por todas as famílias da comunidade. Todos na Veracel são nota mil”, diz a guerreira Maria José Ferreira Ramos, de 55 anos.

As marisqueiras de Belmonte trilham a mesma jornada de crescimento. Com apoio da Veracel, em 2020, conquistaram uma estrutura para o beneficiamento dos mariscos que permitirá a venda do produto já limpo e embalado, ampliando seu preço de venda. Neste ano, o grupo formado por 40 mulheres está aprimorando a gestão da unidade de beneficiamento, com o suporte de uma consultoria profissional oferecida pela Veracel Celulose. Vinte dessas mulheres trabalham na unidade de beneficiamento e 20 na parte de pescado e coleta de mariscos.

“Com o apoio da Veracel conseguimos, primeiro, vencer os desafios e começar a participar das atividades que eram realizadas com os pescadores. Ao ter oportunidade de falar o que almejávamos, conseguimos melhorias no nosso espaço, que passou a ter a unidade de beneficiamento de mariscos, além de sede, escritório, loja, copa e cozinha equipados. Com isso, foi possível melhorar as condições de trabalho e diminuir a carga horária que era excessiva quando trabalhávamos em casa. Depois vieram os cursos de capacitação: viabilidade econômica, contabilidade, gestão, qualidade, sustentabilidade. O objetivo é nos tornamos sustentáveis”, diz Pedrina Rodrigues Reis, 40 anos, da Associação das Marisqueiras e Pescadoras de Belmonte. “E esse projeto não beneficia só nós, mulheres marisqueiras e pescadoras, mas também os pescadores, a comunidade como um todo. Com um produto de mais qualidade, vamos conseguir mais visibilidade e vender bem, aumentando a nossa renda. Vamos valorizar o nosso trabalho e também dos companheiros pescadores.”

(Foto: Divulgação/Veracel)

Outro grupo feminino da região são as meliponicultoras do projeto Miramar, localizado no Assentamento Miramar, município de Eunápolis, que estão implementando uma experiência de meliponário coletivo, iniciativa também financiada pela Veracel. Inicialmente o propósito dessas mulheres era aumentar o plantel melípona de forma a contribuir com a polinização das culturas familiares e posteriormente a venda dos produtos (enxames, mel e outros mix de produtos). A meliponicultora, cultivo de abelhas sem ferrão para produção de mel, é uma alternativa de renda viável para agricultores familiares, e, na Costa do Descobrimento, essas mulheres são pioneiras na iniciativa. Outras iniciativas com projetos de meliponicultora também foram iniciadas em mais três comunidades desde 2019.

“Essa atividade era desconhecida para nós até o ano passado. Fizemos o curso e aprendemos a manejar as abelhas nativas sem ferrão, que correm risco de extinção e são muito importantes para a natureza, na polinização. Depois desse projeto, começamos a ter um olhar diferente para várias questões. Agora pensamos em reflorestar, preservar, plantar. Com a polinização das abelhas, todos se beneficiam, não só as 30 famílias envolvidas no projeto, mas toda a vizinhança. Sabemos que há um aumento de até 30% na produtividade das culturas plantadas pelas famílias, como café, melancia, mandioca, cacau, pimenta-do-reino, banana”, diz Mariane Soares Lopes, 40 anos, meliponicultora do projeto. A previsão é que a venda dos produtos da meliponicultura seja iniciada no começo do ano que vem. “Ninguém mexia com mel. Vimos uma matéria sobre o apoio da Veracel a um projeto igual a esse em outras comunidades da região. Tivemos curiosidade e desejo de levar para a nossa comunidade. Fizemos a solicitação e fomos atendidos. A Veracel forneceu o curso de capacitação, o material para a construção do meliponário e enxames. Estamos muito felizes com o conhecimento e com a possibilidade de aumentar a renda das famílias.”

O apoio da Veracel aos grupos femininos foi ampliado durante a pandemia, quando se tornou ainda mais necessário oferecer estrutura a eles, de modo que pudessem beneficiar seus produtos para gerar e complementar renda nas comunidades. Nos últimos anos, uma boa parte do investimento social da empresa foi para núcleos locais de produção com liderança de mulheres.

“O desenvolvimento de uma região é um processo contínuo e, quando é feito em conjunto, as ações são potencializadas e se tornam ainda mais sustentáveis. Essas mulheres são exemplos de como a união de talentos e aptidões pode realmente desenvolver negócios e agregar valor e renda, tanto para suas famílias e comunidades como para a região Sul da Bahia como um todo”, comenta Izabel Sousa, coordenadora de Responsabilidade Social da Veracel.

MAIS NOTÍCIAS