A História reserva à mulher momentos peculiares. Historicamente, a presença da mulher emerge como ícone delimitador de transformações e avanços sociais, econômicos e políticos. Foi assim na conquista do voto feminino no Brasil, que na semana passada, precisamente no dia 24 de fevereiro, fiz questão de registrar no plenário da Câmara dos Deputados os 84 anos passados da data. Bem assim, outro marco histórico digno de menção se refere a data de hoje, o 08 de março, o Dia Internacional da Mulher.
Esses e tantos outros registros históricos trazem a gênese do que atualmente chamamos de empoderamento feminino, que, respeitadas as diferenças e a peculiaridades de cada momento histórico, não difere do atual, se considerarmos que no foco do movimento permanece a luta pela efetivação de direitos fundamentais e pela utopia de ver extinta toda a desigualdade de gênero nas atividades profissionais, educacionais, sociais e políticas.
As reivindicações ainda são as mesmas, sendo hoje uma das mais precisas a luta por paridade nas disputas eleitorais. No Senado somos 13% do total dos senadores. Na Câmara dos Deputados não somamos míseros 10%. Índices ínfimos quando comparados a média mundial de 22% nos diversos parlamentos espalhados ao redor da terra.
Não queremos estar na política pela política. A mulher tem mostrado que deseja sim, participar das principais decisões do País. É cruel e abominável toda e qualquer tentativa de desqualificar nosso potencial, ou até mesmo o uso de artifícios primitivos para incutir a idéia de que não gostamos de política, e de que mulher não vota em mulher. Por isso, é preciso que façamos de tais datas instrumentos de reflexão plena sobre nossos direitos, e para pontuar que na história brasileira, por muito tempo não se fez, e ainda não se faz, justiça ao papel que a mulher desempenha em todos os espaços da sociedade.