Maria Menezes fala com o BAHIA DIA A DIA sobre a violência contra a mulher

Vice-prefeita de Eunápolis aborda questões relacionadas a violência contra a mulher.

Em comemoração ao mês de março, Mês da Mulher, o BAHIA DIA A DIA convidou, Maria Menezes, vice-prefeita de Eunápolis, para falar sobre violência contra a mulher. Menezes lembrou os vários tipos de violência ocorridos contra a mulher e que por muitas vezes não são reconhecidos. “A mulher não sofre apenas violência doméstica, o preconceito, a discriminação que a mulher ainda sofre, sobretudo no campo profissional; as garis, as domésticas, as donas de casa que exercem suas funções com tanta dignidade e muitas vezes não são reconhecidas. ” Disse. 

Na entrevista, ela ressalta ainda, o crescimento da mulher na ocupação de cargos em vários segmentos, cargos que eram limitados a serem ocupados somente por homens. Para compor o tema, Maria Menezes lembrou com tristeza e indignação do crime que chocou a população eunapolitana, o caso “Luciana Carmo de Jesus” que foi brutalmente assassinada pelo companheiro, na frente dos filhos menores, no bairro Edgar Trancoso na cidade de Eunápolis. “Nada justifica tirar a vida de uma pessoa, sobretudo uma companheira e mãe dos filhos. O caso da Luciana chocou a todos nós, mas é triste saber que infelizmente isso acontece com outras mulheres no cotidiano e lamentavelmente, na maioria dos casos, após várias denúncias de agressões físicas, termina culminando em tragédia. ” Afirmou.

Ela fez questão de lembrar ainda, sobre a falta de uma rede de apoio a mulheres que sofrem violência doméstica na cidade Eunápolis, “A mulher agredida, muitas vezes não denuncia por vergonha de se expor diante de um delegado, por isso uma delegacia especializa para atender mulheres agredidas, tendo uma mulher como delegada, está comprovado que oferece mais conforto para a agredida falar sobre o assunto que é, por si só, constrangedor. ” Lamentou.

A vice-prefeita destacou sobre a importante conquista da Lei Maria da Penha, mas afirmou que a lei precisa ser aplicada com uma rede de apoio, uma casa para abrigar as mulheres que recebem a medida protetiva, como uma forma de garantir a idoneidade física e mental da agredida. “Na medida protetiva, o agressor é afastado do lar, do local onde convive com a companheira, e é fixado um limite mínimo de distância para se aproximar da vítima, mas para onde vão essas mulheres com os seus filhos depois de denunciar o companheiro? A maioria tem que voltar para suas casas, onde, mesmo o agressor não estando, ele tem “livre acesso”, não existe uma medida de segurança que evite esse contato, e é aí que acontecem as tragédias. A mulher que tem uma medida protetiva deve ser abrigada, com os filhos, em uma casa de apoio, até que a justiça tome as devidas providências com relação ao agressor. ”finalizou.

Maria Menezes lembrou o dia 8 de março- Dia Internacional da Mulher, que se aproxima e fez menção a data parabenizando as mulheres, e finalizou a entrevista ressaltando a importância das políticas públicas para discutir medidas de combate a violência contra a mulher.