“Ao tomá-la nos braços, tive a certeza de que estava sendo concretizado o meu sonho de ser mãe e tive a certeza de que não precisa laços sanguíneos quando há amor para entrelaçar as almas”, refletiu a professora Maria da Pena Almeida ao ver pela primeira vez a sua filha adotiva, Letícia. “Eu e seu pai Waldick te demos esse nome por significar alegria e, de fato, você só nos trouxe alegrias”, disse a mãe orgulhosa.
Antes de adotar Letícia, Maria da Pena já havia sofrido a frustração de ter duas gravidezes interrompidas. Mas, no dia 25 de outubro de 2001, nascia no Hospital Joana Moura, em Guaratinga, aquela que seria a sua amada filha. A mãe biológica, por motivos pessoais, não pôde criar a menina e a deu para adoção. Sabendo da situação do bebê e o desejo de Maria da Pena na maternidade, uma amiga apresentou mãe e filha.
“Sabe filha, com você eu aprendi que ser mãe adotiva é amar completamente a vida daquele que chegou pelas mãos da divina providência, não da biologia. É olhar o corpinho do ser onde não corre o mesmo sangue e enxergar a alma do próprio filho”, descreveu emocionada Maria da Pena.
Pouco mais de dez anos depois da adoção de Letícia, Maria da Pena recebeu outro presente, conseguiu dar à luz a uma menina. “Letícia, em 2012, para completar a nossa família, o Senhor nos presenteou com a sua irmã, Maria Elisa, da qual você tem cuidado com muito amor e carinho”, orgulhou-se a mãe.
AMOR DUPLO
Outra mãe que também recebeu um presente divino foi a professora Cinelândia da Cruz Veloso, de Itabela. Ela estava casada com Antônio Veloso há cinco anos e preparava-se para engravidar, quando descobriu que uma familiar estava grávida e não poderia cuidar da criança. “Decidi que iria adotar quando a criança ainda estava no ventre da mãe. Mas, pouco tempo depois, um ultrassom revelou que eram duas meninas. Eu achei que não estava preparada, mas Deus já tinha preparado tudo e eu não sabia. Recebi um presente duplo”, relembra a mãe.
Cinelândia foi buscar Alice e Larisse em Casa Nova, sertão da Bahia, quando elas tinham apenas 21 dias de vida, em 2002. “Elas foram recebidas com festa em Itabela, toda a família e amigos apoiaram a adoção”, relembrou a professora.
Quando as meninas tinham cinco anos, Cinelândia resolveu contar toda a história da adoção para elas. “As meninas conhecem e têm contato com a mãe biológica, nunca privei minhas filhas da verdade”, disse. Cinelândia ainda aconselha os pais para sempre contarem a verdade para os filhos adotivos. “Quando a pessoa sabe sua real história, ela passa a ser mais feliz”, frisou.
“A adoção delas foi um presente de Deus, para mim e meu esposo que sempre sempre esteve comigo, elas são o sentido da nossa vida, tudo que eu fa é em prol delas. Eu preferi não ter mais filhos, pois elas me completam. A minha história teve um final feliz”, finalizou Cinelândia.