A descoberta de uma jazida de grafite de alta qualidade no município de Eunápolis, está garantindo a atração de empreendimentos no setor na Bahia, mesmo diante da crise econômica nacional. De acordo com a agência de fomento do estado, a Desenbahia, encontram-se atualmente em fase de conclusão na instituição procedimentos para a liberação de crédito para um investimento que pode chegar a R$ 300 milhões em dez anos, para a produção do grafeno - camada do grafite de alta flexibilidade e mais resistente que o aço.
A informação foi confirmada nesta segunda-feira, 11, pelo presidente da Desenbahia, Otto Alencar Filho, pouco antes de participar de audiência na Governadoria, onde foram assinados contratos para liberação de crédito para seis prefeituras, em projetos do setor público.
"Na iniciativa privada, este projeto de exploração do grafeno é um dos maiores que temos na Casa hoje", informou. O produto, considerado revolucionário para o futuro da indústria eletrônica ultrafina, não seria, entretanto, ainda o objeto da primeira etapa do empreendimento, conforme antecipou Alencar Filho.
Flakes
"A princípio, o financiamento atual solicitado pela mineradora interessada em atuar em Eunápolis é de R$ 20 milhões para a produção de flakes (flocos) de grafite, mas visando, sim, em dez anos, chegar a R$ 300 milhões para a produção do grafeno", como explicou o presidente da Desenbahia.
Segundo Alencar, os setores de mineração, tecnologia da informação, logística e agroindústria lideram entre os grandes projetos da iniciativa privada que buscam crédito na instituição, visando ao retorno em longo prazo.
Somente para este ano, a agência tem meta de financiar até R$ 700 milhões em projetos. No ano passado, dos R$ 520 milhões disponibilizados apenas R$ 390,62 milhões foram efetivados. Somente para municípios foram R$ 87 milhões liberados.